18 de abr. de 2011

Correndo atrás do que fora esquecido. pt.1

Eu não sei mais quais opções tenho. 

Eu não sei o que são as coisas. Eu não tenho certeza do que é tudo isso. Tenho dúvidas, receios, medos, superstições, timidez e diferenças vistas só por mim. Eu tenho tantas coisas atoladas, mal resolvidas, que meu nome é uma incógnita para você. Acho que estou em uma crise existencial. Sinto falta do que nunca tive. Sinto falta do abraço que nunca esquentou meu corpo nem que fosse por um simples segundo. Sinto falta do beijo que nunca tocou minha boca, do olhar que nunca foi visto. Eu não sei por que meu drama, nem como vou ressurgir. Só sei que a esperança é a última que morre, mas ela está se escondendo para não deixar de existir. Acho que é tarde demais, pois a esperança nunca foi minha amiga, e a felicidade que possuo é apenas de acordar, dia após dia...


-Me aceite como sou! Esse é o meu jeito, e assim será, se você não gosta pode pegar suas coisas e partir...
-Talvez eu vá! E se eu for, é para nunca mais voltar!
-Eu não quero isso, mas se eu tiver que esconder embaixo do teto que é de vidro, é melhor que nem tenha um, pois ele iria quebrar facilmente!
-Sabe, Fábio, eu te amo, mas não dá mais para aguentar nossas brigas, desavenças, isso me devasta de um modo que você não faz ideia! Eu não consigo olhar para seu rosto sem reclamar do que você faz, mas também não consigo olhar para o seu rosto e não admirar suas qualidades, seus lindos traços, seus olhos... Mas ao ver que você também não está feliz, faz meu coração apertar de tal forma que parece que toda a esperança do mundo se perdeu e a nossa felicidade jamais existiu. Vou embora. Quando você se acalmar, me procure, você sabe onde vou ficar. Adeus...


Após do que ela falou, veio uma sensação de nunca ter sido amado, protegido. Como alguém que nunca sentiu que houve esperanças e felicidade ao seu lado, e tudo veio ao mesmo tempo e essa trama toda me faz esquecer o que foi bom entre Cristina e eu. A porta se fechou, e senti que esse convite nunca iria se realizar. Olho ao redor da sala, e vejo que há coisas dela aqui, ela só saiu com sua chave de casa. Ela do jeito que é, deve estar andando por aí, perdida, desolada, sem rumo... Daqui a pouco, voltará como se os pazes se fizessem sozinhas, como se o tempo tivesse curado palavras sem pensar, ações, olhares sem confiança e desilusão. Não aqui, isso não acontece aqui... A mágoa é o sentimento mais intenso entre nós dois...

Usei as palavras que ela me disse para expressar o que realmente está acontecendo. Falta esperança, falta felicidade... O tempo curto, sem tempo para mais nada nos distanciou. Problemas vieram, e tudo acabou. No começo eram apenas desejos, planos, sonhos que saíam de nossas bocas apaixonadas um pelo outro. Perto do fim, eram somente problemas, vontades não realizadas, sonhos curtos como, conseguir terminar uma tarefa no emprego, e uma única e triste opção: Largar tudo e todos. Desistir das coisas que te cercam, daqueles que te amam, e não se importando com o que restou do que foi esquecido.
Eu sou orgulhoso. Ela foi embora porque cansou de tentar. Todos os outros estavam certos, nós não nascemos um para o outro. Era melhor do jeito que estava. Eu, sozinho, porém, bem comigo mesmo.
Eu esperei por ela. Ela não voltou, esperei por horas, mas ela nem deu sinal de que está viva. Será que alguma coisa aconteceu a ela?  Não consigo deixar de pensar nessa possibilidade, mas ela é uma pessoa que apesar de fazer as coisas sem pensar nas consequências, sabe se cuidar. 

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